She's dying. (ADEUS!)

POST GRANDE
ESSE É O MEU ADEUS!
SE NÃO QUISER LER, PODE IR PARA O "FORÇA, BEIJOCAS"

Não vou começar esse post como todos, até porquê, não é um dia normal. hoje eu não vou contar sobre o quanto comi, o quanto vomitei, o quanto malhei ou quanto tempo fiquei no banheiro esperando o efeito do laxante passar...
Eu queria fazer uma reflexão de começo de ano, estava a planejando. Eu iria dizer coisas "será que essa vida presta?", e como qualquer outra. Fiz uma em meu antigo blog, até. Mas aconteceu algo que, nunca em toda minha vida, eu esperaria acontecer.

Acho que foi sabádo quando tudo começou. Meu pai e uma amiga da minha mãe (que é como uma tia pra mim) desceram e ficaram ai. Nem usei o computador direito, então minha mãe, junto com a minha "tia", foram usar para ver os e-mails, orkut e essas coisas. Depois que elas usaram, tudo ficou estranho. Minha mãe mal falava comigo, começou a me ignorar completamente.
Não.. na verdade, tudo começou na sexta. Meu pai chegou e a gente começou a conversar. Ai tive a chance de dizer oque estava acontecendo comigo.. sabe, eu não queria dizer, mas pensei que talvez seria melhor, que talvez ele visse que não repeti porque quis, e que foi um resultado de tudo isso. É, a pior parte (pensei na hora) tinha acontecido... eu contei pra ele tudo. Claro que não com tantos detalhes, mas eu contei enfim. Sei que talvez tenha sido errado, é até oque muitos vão pensar, mas essa situação esta me matando... eu pensava que estava morta, que eu não era mais eu, que já tinha morrido a muito tempo, que a bulimia e essa maldita depressão tinha me matado de vez; mas não me matou. Ve-lo pedindo que eu falasse, que contasse, que confiasse nele fez com que o meu eu sorrisse. Eu sorri por dentro. Não estava completamente morta.
Então, eu disse. Foi tão bom sentir que eu podia contar com alguém, ainda mais com o meu pai, que sempre foi um dos meus maiores medos. Sei que talvez, ele ache que é fraqueza minha e que o quanto foi ruim ele escutar que eu preciso de ajuda, mas tive que fazer, era minha única chance. Se esperasse mais, o meu eu iria morrer, e nunca mais iria sorrir.

Voltando... no sabádo, a única coisa que me passou na cabeça foi que ele tinha dito pra ela, mas não teria sentido, porquê ela estava me tratando bem até então. Ai lembrei da minha falha... "Ela leu!". Esqueci de apagar o histórico, e a única coisa que poderia acontecer foi que ela leu o desabafo que fiz (está ai embaixo, o titulo é algo como "não preciso do seu orgulho"). Aquilo me corroeu, minha barriga doeu, mas é claro que não era a gastrite (cujo vou contar sobre daqui a pouco), era porque estava com um certo medo. Mas relevei.
Ela continuou, nem ao menos dizia "Bom Dia" pra mim. Perguntei ao meu pai se ele falou algo,ele disse que não... perguntei a minha irmã se ela sabia de algo, ela negou. Ela, como minha tia, nem ao menos dizia um "Olá" pra mim! Tentei não ligar, tentie pensar que era coisa da minha cabeça.

Hoje fui para a sessão de "Neurolinguistica" que estou fazendo no centro espirita (sei que nunca itve oportunidade de dizer, mas estou fazendo... é como uma sessão de psicologia, mas melhor) e contei sobre isso pra ele. Ele disse que o blog é algo bom, aonde eu posso desabafar e tal, mas ele não sabe sobre oque eu falo aqui e oque provocou todos os problemas... mas de qualquer jeito, vale oque ele disse. Ai, sobre o desabafo, ele disse que conhece a minha mãe e que, derrepente, isso era uma forma dela me punir, e que ela não estava realmente brava. OK, acreditei nas palavras dele.

Isso aconteceu a 20 minutos atrás

Ela chegou em casa e entrou no quarto e disse que precisava falar comigo. Se sentou e logo disse oque eu não queria ouvir: Eu li o seu blog.
Sabe quando só passa na sua cabeça as palavras "Você é uma idiota"? É, eu sou uma idiota. Não queria ter aquela conversa, não queria chorar e muito menos me explicar, até porque, não tem explicação! Eu estava extremamente puta da vida e disse as coisas mais mirabolantes do mundo e a chinguei de todas as maneiras possiveis, coisas que nunca imaginei que ela, um dia, fosse ler. (é, sei que teve uma hora que disse: "caso um dia você ler isso, mãe, fica sabendo que <coloque toda furia e raiva do momento aqui>"). É óbvio que não era pra ela ler, mas por um erro do destino, eu esqueci de apagar a droga do histórico e ela leu.
Foi uma conversa tensa, não queria chorar de jeito nenhum, disse tudo oque desejava, mas depois, comecei a dizer oque realmente sentia, como tudo começou, no que elas (minha mãe e minha vó) tem realmente culpa e enfim... lágrimas.
Porque é tão duro falar sobre isso? Não queria que fosse duro, sabe? Queria ser uma sociopata e não ter sentimentos. As vezes queria que não estivesse viva, queria ser um robô! Enfim, vocês entenderam...
Acho que uma das piores partes da conversa foi essa:

— Não pense você que eu não ligava para oque você estava passando... apenas queria que você tivesse a força de conseguir se curar sozinha. Mas vi que não é possivel... amanhã você terá uma consulta com a psicologa.
— Eu já fui forte mãe... mas essa doença simplismente levou tudo de bom que eu tinha.

Então, a pior coisa que poderia acontecer... ela começou a chorar. Sabe, nunca pensei que minha mãe iria chorar, ainda mais por uma coisa que eu fiz. Mas ela chorou.
Se eu me senti um lixo todo esse tempo, agora me sinto um lixo tóxico ou um animal da pior espécie. Ela não merece isso, não mesmo. Ela pensa que eu a odeio, mas eu não odeio, entende? Eu me odeio. Eu sou um lixo de irmã, filha, amiga ou ser humano. Ela fica as vezes sem dormir para me dar uma condição de vida boa, e eu joguei tudo isso fora e ainda a fiz chorar.
Eu não sabia oque fazer. Não sabia se a abraçava, se me enfiava debaixo da terra, batia na parede para ter aminésia, se me enforcava ou me cortava. Se eu achava que sentir aquela sonda maldita sendo enfiada pelo meu nariz foi a piro sensação do mundo, eu me enganei muito feio.

Eu sinto vergonha de mim agora, nesse momento. minha vó entrou no quarto agora perguntando se eu queria comer, porque fiquei o dia sem comer direito e disse não, outra vez... queria voltar no tempo e ainda sentir que era feliz, só mais uma vez. Queria ter o privilégio de voltar atrás, de pensar outra vez quando decidi que iria vomitar tudo oque comia. Nem sei mais como é dar uma risada ou sorriso sinceros...

Eu os quero agora, por ela. Dia nove é o seu aniversário, ela tinha que estar feliz hoje, e a magoei outra vez. Quero sorrir para não ter que ve-la chorar outra vez, de verdade.
É assim que os comunico que decidi que vou me tratar. Quero ser denovo quem eu era, quero sorrir e rir, quero ter amigos, um namorado talvez. Quero ter uma ótima relação com todos e virar essa página da minha vida e vez.
Sei que amanhã vou me lembrar de hoje, e lembrar de ontem, do mês passado, do ano passado. Não vou esquecer de tudo, como queria fazer, mas quando eu lembrar, sei que via me dar força para continuar me tratar.

Amanhã começa uma nova etapa da minha vida. Aonde eu não vou lutar mais para ter os 45 quilos, e sim, para ser feliz. A busca da felicidade é uma busca nobre, pode ser eterna até, mas é nobre. Vi que a dor é tão igual a morte, é tão negra... quero uma vida com cores.
Hoje, dia 4 de janeiro de 2010, eu os deixo. Não vou mais entrar aqui, e nem quero. Não quero excluir, porque quando estiver curada, quero contar pra vocês.
Ainda não tenho noção do que estou fazendo, mas eu estou feliz fazendo isso, então acho que é bom. Estou com um pouco de medo de enfrentar o mundo denovo, mas neho que fazer isso. Ainda não sai do meu casulo, mas vou sair, sei que vou... porque talvez, para sair desse casulo você não tem que ser magra (com os seus 40 kgs) e sim, tem que ser feliz. E eu vou, eu quero!

Quero agradecer a Holly e a Pucca que estão comigo desde que eu comecei; a Lola Diet, Depressive Girl, Poliana, ThinPrincess e a Nessie que começaram a me seguir por aqui e sempre me apoiam quando preciso e a todos meus magrelinhos lindos, sejam os que não comentam, os novos... enfim, todos! Obrigada por me confortar em todos meus momentos, por dizerem palavras boas (que nem sempre eram as certas, mas que ajudavam...).

Termino esse capítulo de minha vida com lágrimas. Não sei se são de tristeza ou de felicidade, talvez seja uma mistura... vou esquecer, sei que vou. E deixo o meu desejo: quero que todos se curem. Sei que nunca pensei que diria isso, mas eu quero muito... quero poder voltar aqui e ler que vocês também se curaram! Muitos beijos e abraços, que esse ano seja iluminado para todos!

ADEUS