Tentativa de Suicidio

Era uma segunbda-feira (a da semana passada), cheguei do colégio e logo minha irmã disse susurrando que a coisa tava foda pro meu lado. Minha nãe havia ido ao meu colégio para ver as minhas chances de passar de ano e descobriu coisas sobre minha vida escolar. Nada tão sério, mas para ela, era o fim do mundo (desmaiei no colegio, fui pega vomitando diversas vezes... essas coisas).
Então ela começou a conversar comigo, falou um monte. Foi uma merda de uma briga sem fim. Olhei para eles, sem dizer uma palavra, com a mesma cara de bunda de sempre. Depois, fui ao banheiro pensar, mas tudo oque veio a minha cabeça foi aquela idéia que era a única coisa que eu pensava nos ultimos meses (anos, para falar a verdade): Acabar com a minha vida.
O fato aqui é que eu já estava morta, por dentro, eu não era mais ninguém. Me perdi em meiu de minha doença, com os laxantes, com os meus cortes cheios de tristeza. Porque viver se eu posso morrer? Eu desejava aquilo, mais que tudo. Queria que tudo acabasse para eu recomeçar tudo outra vez, entende?
Mas eu queria um modo não doloroso e rapido para morrer. Lembrei de Skins, da minha amada Cassie. Ela tomou comprimidos, uhn? Porque não posso também?
Fui ate a minha caixa de remédios e peguei todas as caixas de remedio que poderiam ser fortes o bastante para me matar. Foram de dor de cabeça ate os calmantes.
Os tomei, um por um, cada um tinha uma razão. A minha garganta ja não queria mais, porém fazia questão de enfia-los.
Por fim, tomei ao todo 50 (por ai..) comprimidos. Claro, sem contar os laxantes, que foram 15. Achei necessario toma-los, eles fazem parte da minha vida, não é? Vão fazer parte da minha despedida tambem!
Escrevi uma carta para minha mãe, contei que não sou feliz como finjo ser, odeio minha vida, os meus problemas me corroeram, me perdi neles. E disse que tomei 30 comprimidos. Achei que 30 iriam diminuir a sua dor, ou sei la oque eu queria em mentir a quantidade.
Porém, o meu plano fantastico não deu certo. Eles só me fizeram ficar dopada, depois, eu desmaiei.
Acordei em uma cama de hospital, tudo era branco, e havia uma enfermeira com um caninho nas mãos.
"Querida, tenho que enfiar isto em seu nariz, copere, esta bem?", disse a moça. Eu a olhei assustada enquanto ela passava um gel na ponta do cano. Então ela o enfiou.
A dor era horrivel, concerteza desconfortante. Aquele cano iria passar ainda pela minha boca e ir para meu estomago. Fuck, como odeio lembrar aqueles momentos de agonia. Sentir aquela sonda invadadir a minha garganta, a rasgando inteira...
Então a parte mais nojenta chegou. Vi tudo oque havia ingerido sair pelo caninho. Se vocÊ acha nojento quando você mia e vem aquela papa, você não viu oque eu vi. Acho que finalmente tenho nojo de comida ("que bom", voce pensa, mas lembrar daquilo não é nada bom!).
Depois disso, não lembro mais de nada. Só lembro quando estava em um quarto, dividindo com mais umas 6 pessoas. Eu escutei a voz da minha mãe vindo do corredor.
"Por favor, deixe eu leva-la ate o convenio, ela não pode ficar aqui se ela tem convenio!", ela disse. "Sim, entendo senhora, porem há uma clausula no contrato sobre tentativa de suicidio...", respondeu a enfermeira.
Tentativa de Suicidio... aquilo espetou como uma lança em minha alma. Aquilo oque eu fiz foi uma tentativa de suicidio... Não havia pensado na seriedade de tudo aquilo até então.
Aquelas palavras viajaram na minha mente por muito tempo, ate que minha mãe entrou no quarto. Encara-la seria a pior parte.
Ela ficou me analisando enquanto eu tentava desviar o olhar, mas a unica coisa que eu pensava agora era em como dizer "desculpas" para ela.
Depois de um tempo eu disse, mas entre lagrimas. O pior de tudo aquilo era que não deu certo. Preferiria morrer em ter que lembrar de minha tentativa de suicidio.

Agora, vamos para sexta.
Eu cheguei do colégio e estava sol. Tudo em minha casa estava normal, parecia que todos haviam esquecido de tudo. Eu sei que não haviam, mas parecia. Eu recoloquei a minha mascara e simplismente fingi que nunca nada aconteceu, que eu era uma menina feliz e contente.
Agora eu sou uma prisioneira que tem que estudar 24h né? ai eu falei pro meu pai que iria para praia, ele disse que era pra eu estudar e por um surto disse que estudar era chato. Pra que eu disse isso?
Fui almoçar (estou tentando comer normalmente por enquanto, ate as coisas ficarem calmas novamente) e ele chegou com uma cinta e me deu uma cintada na orelha. A cintada não doeu, não chorei, nem fiz cara de dor, apenas o olhei com a mesma cara de bosta enquanto ele fazia o discurso idiota.
Depois, voltei a comer e todos olhavam para mim como se esperassem uma reação. Apenas voltei meu rosto a comida e dei a primeira garfada. As lagrimas cairam.
Não chorei por conta da briga, das cintada ou de qualquer outra coisa, chorei porque a culpada de tudo estava ali, a comida.
tive vontade de jogar tudo no chão, de pisar e triturar toda aquela comida nojenta, porém continuei comendo. Tinha que comer, não podia fazer mais nada.

Enfim... esta foi a minha semana. Desculpe pelo post imenso, mas tinha que contar. Para fexar, quero deixar essa música, pois fala tudo oque eu penso.

"Você abre seus olhos
Mas não consegue lembrar porque
A neve cai lentamente
Você apenas não a sente mais
Em algum lugar lá em cima
Você se perdeu na sua própria dor
Você sonha com o fim
Para começar tudo de novo"

(don't jump, tokio hotel)